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COMO COMBINAR CORES SEM USAR O CÍRCULO CROMÁTICO.

"Mas, é possível combinar cores sem usar o círculo cromático?", recebo muito essa pergunta de pessoas que me acompanham no instagram @coreslovers. E sim, não somente é possível mas recomendável. Muito mais se você já é experiente em cores e gostaria de soltar sua criatividade ao máximo sem estar pressa as mesmas fórmulas que todo mundo usa. Vou te contar como cheguei a concluir isso e mais, vou te contar o meu passo a passo para combinar cores sem usar o círculo cromático, o mesmo passo a passo que ensino nos meus cursos de cores.


Tudo começou quando estava estudando design de interiores, lá em 2010. Fui apresentada ao círculo cromático e foi aquela alegria. Pintar ele usando tinta guache então... foi um sonho! Mas depois da alegria inicial, quando comecei a realizar os exercícios seguindo as harmonias do círculo cromático, fiquei um pouco desapontada quando vi que todos os alunos fazíamos as mesmas paletas. Isso também influenciado porque todos tínhamos praticamente os mesmos lápis de cor.

Até então eu tinha uma ideia da cor como algo tremendamente inspirador e criativo... mas não via muito isso. Foi então que comecei a pensar que devia haver algo a mais que eu ainda não sabia mas precisava aprender.

Depois disso fiz outros cursos, os projetos começaram a sair do papel, li muitos livros sobre cores e busquei, busquei, busquei. O método de combinar cores sem usar o círculo cromático é resultado disso todo. Da própria experimentação, de muitas leituras, da necessidade de trazer mais criatividade e alma para minhas paletas coloridas.

Como fazer? São exatos 5 passos. Que como sempre digo: quando você está iniciando no método você irá passar por cada um desses 5 passos mas claro, depois com prática e treino, esses passos vão se unificando na medida em que você se conecta mais rapidamente com a sua criatividade. Sim, isso é súper viável, claro precisa de prática e treino, mas se eu consigo, você também consegue. Eu não sou nenhuma gênia, mas sou consistente :)

Aqui está o passo a passo:

1. O primeiro passo é - antes de sair escolhendo cores - é preciso ter bem em claro o objetivo para o qual você está escolhendo cores. De que se trata? Vender um produto, comunicar tua identidade de marca, criar um look para uma cliente, pintar um escritório ou uma casa, comunicar algo para teu público alvo, somente encantar e engajar... qual é o teu objetivo?


2. O segundo passo é inserir o teu projeto dentro de um contexto maior. Esse contexto pode ser o mercado no qual o projeto se aplica, ou também a situação muito particular do teu cliente. Por exemplo: se você está criando um look de festa para uma cliente, é importante saber o motivo, local, horário da festa. Essas infos são fundamentais para contextualizar a tua paleta de cores e será um input sem igual para o entendimento das cores escolhidas. Isso porque as cores são entendidas sempre em contexto, e nunca em forma isolada.


3. O terceiro passo é traduzir esse objetivo nas emoções e sensações que deseja comunicar. Por exemplo: no meu caso que faço projetos de interiores, é diferente se meus clientes me pedem uma casa tranquila do que se me pedem uma casa dinâmica. Concorda? De todos modos, esse é somente a ponta do iceberg é importante ter mais elementos do que dizer "tranquilo" e "dinâmico", por exemplo: tranquilo pode ser sentar na praia e olhar para o mar, mas tranquilo também pode ser estar no meio de uma floresta e respirar ar puro, e essas duas ideias inspiram cores totalmente diferentes, concorda?


4. O quarto passo é... sim! Finalmente você vai "colocar a mão nas cores" e começar a escolher as cores e tonalidades que farão parte da sua combinação ou paleta de cores. Para escolher as cores e tonalidades você usará como input tudo que você pensou nos passos 1 a 3.


5. O quinto passo é - agora sim com uma ideia clara de cores e tonalidades - pensar nos contrastes e proporções que você irá usar na sua combinação ou paleta de cores. A análise dos contrastes (a proporção é também um tipo de contraste) pode fazer com que você volte atrás e "mexa" em alguma das cores e tonalidades até chegar na proposta final que você "sente" com certa, sempre balizando a partir daquele teu objetivo que você definiu no passo 1.


Seguindo este passo a passo você poderá chegar a uma combinação ou paleta de cores criada com intenção e propósito, você fará um super mergulho no lado emocional das suas cores... no fim das contas, cor é emoção, não e?... e também terá uma paleta de cores efetiva porque o ponto de partida foi o objetivo de usar cores.


Para terminar tenho uma última dica para compartilhar: usar e combinar cores é para mim um mix delicioso de emoção e razão. Ao longo dos anos eu tenho estudado e aprendido muito mas nunca deixo de usar a minha alma e coração em todo o que faço. O interessante é que somente emoção, quando você é profissional das cores - ou seja, você usa cores profissionalmente especificando cores e combinações para clientes ou produtos, e não somente para uso próprio - não é suficiente.


A intuição é muito valiosa e sempre deve ser exercitada mas na hora de justificar uma escolha para um cliente ou produto, ou vender um projeto colorido, a intuição serve de pouco e precisamos de mais argumentos. Ao mesmo tempo, somente razão também não serve porque o resultado final fica frio e por vezes fora da realidade, muito teórico, sabe?


Assim a minha melhor dica é sempre buscar aprender mais sobre teoria das cores, sobre psicologia das cores, sobre formas de harmonizar cores... mas nunca perder de vista que é necessário alimentar sua intuição colorida, se conectar com o seu interior e fazer das suas combinações também um mix delicioso entre emoção e razão.


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Espero te ver novamente na próxima semana para continuar ampliando o seu olhar do mundo colorido e destravando sua intuição colorida.

Abraço colorido, Felicitas



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