Semana passada perguntei no Stories do Instagram sobre temas para escrever aqui no Newsletter Quinzenal. E entre outros, apareceu uma questão muito bacana “Como quebrar as regras de combinações (opostas, análogas, etc) com harmonia e beleza”. Eu adorei porque para começar: não acredito em regras na hora de combinar cores. Portanto… vamos lá!
A primeira pergunta a responder é: o que é combinar cores? E isso é bem simples, anota aí… "Combinar cores é estabelecer contrastes na medida certa, nem muito estimulante ao ponto de nos distrair, nem muito monótono ao ponto de deixar desinteressante". E esta definição nos leva a nos perguntar outra questão fundamental: estabelecemos contraste do que? De... Cores… ah… mas então caímos em uma referência circular! Como assim? Quer dizer que “combinar cores é estabelecer constrastes de cores"? Sim! Mas não achem que estou enlouquecendo, vamos ver tudo passo a passo. Mas antes disso, uma questão ainda mais importante: se há uma gradação que deve ser considerada… nem muito estimulante ao ponto de nos distrair, nem muito monótono ao ponto de deixar desinteressante...quer dizer que há um protagonismo chave da "sensibilidade individual do colorista” que pode significar a diferença entre o céu e o inferno.Sabe quando usamos o adoçante em gotinhas? 1 gotinha não tem gosto a nada, 2 gotinhas ficou curto, 3 gotinhas é perfeito, 4 gotinhas é demais, 5 gotinhas é impossível de beber? Pois é… na hora de combinar cores assim de afiada temos que ter a nossa sensibilidade… como um conta-gotas. Quando combinamos cores estamos na verdade lidando com 3 elementos: matizes, saturações e luminosidades. Ou dito de outra forma: escolhemos famílias de cores primeiro (verdes, azuis, amarelos, vermelhos, etc), depois escolhemos intensidades de cor (cores mais fracas ou mais vibrantes) e também escolhemos entre cores mais claras ou mais escuras. Estes são os 3 elementos que contrastamos e é isso que o “colorista” deve dominar: matizes, luminosidades e saturações. Além da “sensibilidade individual como um conta-gotas” que fiz referência uns parágrafos atrás. Veja então estes exemplos valiosos:
Portanto, espero que com estes exemplos você possa ver que:
Não há regras na hora de combinar cores, a liberdade é total.
O círculo cromático é uma boa ferramenta para usar na hora de criar harmonias de cores, mas não é o único caminho para criar boas combinações.
O protagonismo do “colorista” na hora de criar harmonias de cores é fundamental, como um “conta-gotas” ele tem o poder de elevar ou diminuir uma combinação mexendo nas 3 dimensões das cores, uma de cada vez.
Quão longe ou não iremos no “grau de contraste” dependerá em grande parte do propósito e do objetivo da nossa combinação de cores.
E para finalizar, voltando à pergunta inicial que me foi feita no Stories do Instagram de @coreslovers, se o que busca é "quebrar regras" na hora de combinar cores... eu entendo isso como "puxar a corda" em algum contraste. Ou seja... se partiu de uma combinação análoga, seja mais ousada nos contrastes de luminosidades, ou seja mais ousada nos contrastes de saturação; se partiu de uma combinação oposta, seja menos ousada nos contrastes de saturação e transforme os opostos em grandes parceiros! Acredito fortemente que o "olhar" se treina e que muitas vezes precisamos "para para pensar" na hora de combinar cores. Espero ter ajudado! Boa semana colorida! Felicitas