Para entender o momento atual precisamos voltar atrás alguns anos, e para simplificar esta viagem em retrocesso vamos fazer 3 paradas. A primeira no ano 2014 em que o diretor Wes Anderson nos presenteou um mundo repleto de tons de rosa (e outras tantas cores maravilhosas) no filme “O grande hotel Budapeste”. A segunda parada será também em 2014 e no restaurante Sketch de Londres produto da brilhante designer India Mahadavi. A terceira e última parada será em 2016 quando a Pantone apresentou a cor Rose Quartz como uma das cores do ano (sim, todos esquecemos que a outra cor do ano era Serenity, um tom de azul claro tão sutil que passou sem penas nem glórias). Tudo isso para contextualizar que a cor rosa, em um tom um tanto mais empoeirado (desaturado) e delicado do que o próprio Rose Quartz se tornou assim a cor mais falada, mais fotografada e mais compartilhada nas mídias sociais em 2016 e 2017.
E não somente respiramos rosa no mundo digital, mas também no mundo real. Exemplo disso é instalação do designer Marc Anger com uma cama rosa e uma estrutura em rosa no Salão de Milão deste ano que foi a foto do evento mais postada no Instagram.
E também exemplo disso foi a visita na última Casa COR aqui em São Paulo em que a cor apareceu em vários (vaaaaarios!) dos ambientes. Ou a última revista Vogue Brasil que além de vestir a garota da capa em rosa, traz um matéria com dicas preciosas de como se maquiar em #millennialpink. Ah! As capas dos meses de fevereiro, abril e junho da Vogue Brasil também trouxeram rosa em evidência!
Depois disso tudo ficam para mim duas perguntas: A cor rosa (em este tom empoeirado e delicado) merece tanto alvoroço ao redor dela? Se nos baseamos na cor propriamente dita, o rosa é uma cor amigável que funciona muito bem com muitas outras cores como azuis, verdes, amarelos. Também funciona súper bem com tons neutros (o que deixa felizes aos mais conservadores) e brilha do lado do verde das plantas dentro da casa. Para somar ainda mais força ao rosa há quem afirme cientificamente que tem efeitos sedativos e calmantes. E ainda quando associamos o rosa com feminilidade, este tom específico de rosa não tão saturado e delicado acaba sendo mais neutro na questão de género, agradando tanto a mulheres quanto a homens. O que vem depois do millennial pink? Acredito que depois deste rosa há alguns caminhos possíveis a seguir. Um deles é a transição do rosa para um tom mais pink, com mais magenta, reforçando sim o lado feminino e de empoderamento da mulher que tanto estamos falando, discutindo e revalorizando como sociedade.
Outro caminho é a transição para um tom lilás e assim caminhando para uma cor ainda delicada mas com uma conotação mais espiritual do que o rosa.
E um terceiro caminho, menos obvio mas significativo, é dar lugar ao amarelo com toques alaranjados. Uma cor alegre, otimista e significativa para o mundo atual e todos os desafios que estamos atravessado em diferentes cantos do planeta.
QUAL É A TUA APOSTA?